Submarine (2010)
Director:
Richard Ayoade
IMDb: 7,3
Submarine imerge-nos à introspecção constante de Oliver Tate
(Craig Roberts), o protagonista. Richard Ayoade apresenta-nos, neste filme
independente, cenas muito visuais, habitualmente acompanhadas por sons,
debruçando-se em pormenores e permitindo ao espectador uma experiência extra sensitiva.
É-nos retratado o quotidiano de um jovem com interesses
comuns a qualquer outro, como arranjar namorada ou tentar remediar os problemas
conjugais dos pais. Encaminhados através dos monólogos de Oliver, à
extravagância desta personagem junta-se uma comédia peculiar face às angústias,
dúvidas e inseguranças das deste e das restantes personagens. Afastamo-nos assim do possível
drama/romance completamente expectável e rapidamente somos retirados do estigma
possível de ser criado, de irmos assistir ao típico filme sobre a vida de um
adolescente.
Assistimos a uma evolução emocional e mudança de opiniões por parte do protagonista, à medida que ultrapassa determinadas barreiras e compreende que a
sua curiosidade e sensibilidade têm um custo. No entanto, e criando empatia com
diferentes personagens, não me agradou as perspectivas que nos são concedidas da
realidade serem somente as de Oliver; em determinado momento, senti-me
aborrecida por não puder ser conduzida pelo seu pai (Noah Taylor) ou pela sua
namorada Jordana (Yasmin Paige), às suas não menos veracidades.
O vocalista da banda britânica de indie rock, Arctic
Monkeys, foi o responsável pela OST desta obra, com 5 músicas acústicas. Tornando
menos em mais, Alex Turner, dá voz a Oliver Tate, sendo possível a redução do
monólogo e ainda assim a percepção do que o protagonista sente/pensa.
Numa simples mas fenomenal pós produção, a sonorização e
fotografia encontram-se sincronizadas na sua perfeição. O sotaque semelhante
entre Alex Turner e o herói torna a experiência ainda mais interessante e
embora não considere uma das músicas especialmente relevante, atribuo uma
enorme importância a todas, pelo seu encaixe afinado em qualquer uma das
respetivas cenas, contribuindo para a dicotomia da simplicidade (bastante trabalhada) do filme e a complexidade da
personagem principal.
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