Requiem for a Dream (2000)
Director: Darren Aronofsky
IMDb: 8,4
Drama
requiem
"A requiem is a religious ceremony performed for the dead. A requiem, or dirge, can also be a piece of music used for this ceremony or in any other context honoring those who have died."
Retirado de http://www.vocabulary.com/dictionary/requiem
Requiem for a Dream é muito mais do que uma simples peça de ficção. Este filme retrata a tristeza e a auto-destruição de uma forma clara mas sobretudo crua. A história foca-se nas vidas de quatro pessoas de Coney Island, todas elas interligadas, que de alguma maneira deixam que o vício pelas drogas coloque o seu futuro em grande perigo e numa rota de degradação irreversível. Este consumo permite-lhes viver numa fantasia utópica que faz com que os nossos protagonistas não se apercebam das consequências danosas que este hábito lhes virá a trazer.
Esta película mostra-nos a vida de Sara Goldfarb (Ellen Burstyn), que consome comprimidos para que possa emagrecer e reganhar a aparência que tinha há uns anos atrás, Harry Goldfarb (Jared Leto), Marion Silver (Jennifer Connelly) e Tyrone C. Love (Marlon Wayans), três amigos que se encontram dependentes de heroína para encontrar felicidade nas suas vidas. Marion é também a namorada de Harry e a sua relação parece girar em torno das seringas e das colheres que consomem juntos.
Para mim, a performance de Ellen Burstyn é excepcional e acho insólito que aquando da sua nomeação para o Óscar de Melhor Actriz, os críticos não a tenham logo tomado como vencedora. A sua personagem Sara, que no inicio nos parece ser a mais sensata, deixa que a ideia de poder vir a aparecer na televisão tome conta da sua vida e como tal, esta sente que não está em forma para surgir no pequeno ecrã. Depois de uma ida ao médico, que lhe prescreve anfetaminas para perder peso, a mãe de Harry ganha uma adição fora do normal e para além das múltiplas alucinações que a droga lhe causa, esta perde o controlo das doses a tomar, deixando de comer e ficando com um aspecto indesejável. O fim desta personagem foi algo que me deixou completamente chocado e boquiaberto mas isso reservo para quem queira mesmo ver o filme.
Jared Leto no papel de Harry Goldfarb volta a consolidar o ponto de vista de que o vocalista dos 30 Seconds to Mars é muito melhor à frente das câmaras do que em cima de um palco (falo por experiência própria). O seu vício na heroína aparenta estar controlado até que as coisas começam a descarrilar e tal como a sua mãe, Harry acaba por ter um fim trágico. O rapaz vive dias felizes com a sua namorada e o seu melhor amigo, Marion e Tyrone respectivamente, até que a ideia de entrar no mundo do comércio de droga faz com que os seus sonhos se tornem em pesadelos.
Este filme é baseado no livro de Hubert Selby, Jr. e neste ele diz que o "Sonho Americano" é amorfo e inatingível.
Outra grande característica do filme são as cenas relacionadas com o consumo de droga, que passam num ritmo acelerado e mostram todas as fases, desde a preparação aos efeitos causados.
A OST deste filme foi composta pelo compositor de eleição de Aronofsky, Clint Mansell, e a sua interpretação ficou ao cargo dos Kronos Quartet. A música que escolho é aquela que nos acompanha ao longo do filme e que sem dúvida, através da sua instrumentalidade pesada demonstra a "morte" interior dos nossos quatro adictos.
"I'm going to be on television."
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