True Detective (2014-)
Director: Nic Pizzolatto
IMDb: 9,2
Drama
A segunda season de True Detective deixou muito a desejar. Se
faz com que, de repente, seja uma má série? Não, de todo. Até porque a genial
primeira season deixa Nic Pizzolatto numa posição confortável, tendo espaço
para criar sem que seja monumentalmente criticado. No entanto, a expectativa
criada da primeira para a segunda season era imensa, esperando-se muito melhor
do que se apresentou. Pedia-se mais: mais emoção, mais mistério, mais
envolvimento entre o espectador e as personagens, no fundo, pedia-se mais
season um.
Muda-se a temporada, muda-se a história. Desta vez somos
confrontados não com duas mas com quatro personagens principais. Colin Farrell interpreta
o detective Ray Velcoro, um homem profundamente marcado pelo passado,
perturbado pela realidade que vive, corrupto, é o bad cop. Rachel McAdams é a detective Ani Bezzerides, uma
personagem muito semelhante a Velcoro, pesados e melancólicos, diferem na abordagem
que têm no trabalho: apesar de saber que existe pouca honestidade no seu meio, Bezzerides
tenta ser o mais justa possível enquanto Velcoro já não acredita na justiça. Ambos
visceralmente desgostosos, tentam resolver o caso da suspeita morte de Ben
Caspere, que é encontrado à beira de uma auto-estrada pelo polícia Paul
Woodrugh (Taylor Kitsch), também uma das quatro personagens principais. Finalmente,
Vince Vaughn é Frank, homem de negócios sujos, amigo de Velcoro e com ligação a
Caspere, é uma personagem dúbia e que, sinceramente, nunca percebi bem o seu
objectivo na série.
Explorando, mais uma vez o lado negro das personagens, sendo
este um dos pontos fortes de ambas as temporadas, esta segunda mostra-se muito
mais confusa. O plot é desordenado e
a história simplesmente não é cativante. Dava por mim perdida a ver o episódio
porque não percebia o seguimento da narrativa, haviam tantas personagens
principais com tanta história por trás que o segmento principal se foi perdendo
(é mau de mais se disser que se chega a tonar irrelevante?). A verdade é que há
muita palavra e pouca acção. Era preciso chegarem os últimos 10 minutos de
episódio para vermos algo verdadeiramente relevante e que nos deixa-se entusiasmados,
ansiosos pelo próximo. É verdade também, que a escolha do cast foi no mínimo
estranha e controversa, mas portaram-se todos bem. Há algum tempo que não
víamos Colin Farrel a interpretar um papel tão conciso e não me lembro de Vince
Vaughn alguma vez fazer um papel tão bom- algo que não é difícil tendo em conta
o seu reportório- mas o senhor safa-se como actor dramático. Quanto a Rachel
McAdams também faz um bom trabalho, mas Taylor Kitsch revelou-se fraco (o
esforço que fazia para parecer triste era imenso). Não querendo com tudo isto
dizer que não houveram momentos bons, esta temporada deixou muito a desejar. Ao
tentarem fazer algo tão complexo, os produtores acabaram por criar algo difícil
de acompanhar. Pizzolatto e companhia arriscaram mas perderam a aposta. Às
vezes na simplicidade é que está o ganho.
Quanto à banda sonora, não desiludiu. Mais uma vez, a intro
é espectacular. A junção das imagens e da música assenta perfeitamente e já
como na primeira temporada era das coisas que mais gostava. Mais uma vez encontramos uma cuidadosa escolha
de música quando analisamos as suas lyrics:
I was not caught/ Though many tried/ I
live among you/ Well disguised,/ I had to leave/ My life behind/I dug some
graves/ You'll never find.
Quanto ao resto da banda sonora é praticamente toda da conta
de Lera Lynn, que aprece recorrentemente na série como uma artista que toca num
bar que Velcoro e Frank visitam. Com características sombrias e letras
metafóricas, os temas encaixam muito bem com o tema geral da série. T-Bone
Burnett, produtor musical da série, merce grande destaque. Deixo-vos com a que
mais gostei:



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