Girl, Interrupted (1999)
Director: James Mangold
IMDb: 7,3
Uma rapariga e um hospital psiquiátrico. E a eterna pergunta: quão louca serei eu? Se é que isso se pode medir.
Susanna (Winona Ryder) é uma rapariga como todas as outras. Como qualquer ser humano, tem os seus problemas existenciais e pensamentos suicidas. É a sua personalidade irregular e impulsiva que leva os seus pais a interná-la num hospital psiquiátrico depois de ter tentado meter fim à sua vida, com uma caixa de aspirinas e uma garrafa de vodka. O motivo pela qual tentou, ou não, por fim à sua vida foi a relação que
teve com um homem mais velho, pai de uma colega sua de escola. O facto
de todos a verem como louca por querer ser escritora também não ajudou à
imagem e confiança que Susanna tinha em si. É no hospital psiquiátrico que Susanna vai encontrar todo um leque de personagens que num primeiro momento a fazem sentir sã, mas que num segundo momento a levam a acreditar que será tão louca como elas.
Inicialmente Susanna não reconhece o seu problema, afirma que não se tentou suicidar e que não pertence àquele sítio. É então que lhe é diagnosticado um Transtorno de Personalidade Emocionalmente Instável (borderline), que permite justificar as suas atitudes inconstante e o seu temperamento instável. Entre conversas, vai-se perdendo em memórias e tão depressa está connosco no presente, como salta para um acontecimento passado que retrata as suas vivências e o porquê de ter atingido o seu limite. Quando entra no Hospital, Susanna vive muito agarrada e dependente da dor que o passado lhe provoca, o que não lhe permite ver o futuro com claridade.
Tal como todas as raparigas que se encontram naquele hospital, Susanna acha que não precisa de ajuda e que mais loucos do que ela, são todos aqueles que lhe apontam o dedo, especialmente os seus pais, que apenas se preocupam com as aparências. Com esta atitude, Susanna facilmente se integra no meio onde vive e deixa-se influenciar pelas raparigas que com ela habitam. Vários são os problemas que afectam as diversas raparigas com que Susanna se vai cruzar: anorexia, mentirosas compulsivas, psicopatas...
É na sala de televisão da ala psiquiátrica em que estão internadas, que estas raparigas desenvolvem e criam laços de amizade. Entre conversas de loucos, jogos de cartas, muitos cigarros fumados e noites a jogar bowling às escondidas dos enfermeiros, a personalidade destas raparigas vai-se revelando e as suas histórias deixam de ser um mistério. Unidas por um laço muito forte, a loucura que habita em todas elas, juntas vivem aventuras, protegendo-se umas às outras. Cria-se uma certa união que só é possível entre pessoas que tão bem se compreendem. Entre estas raparigas, a que mais vai testar os limites de Susanna é Lisa (Angelina Jolie).
Tal como todas as raparigas que se encontram naquele hospital, Susanna acha que não precisa de ajuda e que mais loucos do que ela, são todos aqueles que lhe apontam o dedo, especialmente os seus pais, que apenas se preocupam com as aparências. Com esta atitude, Susanna facilmente se integra no meio onde vive e deixa-se influenciar pelas raparigas que com ela habitam. Vários são os problemas que afectam as diversas raparigas com que Susanna se vai cruzar: anorexia, mentirosas compulsivas, psicopatas...
É na sala de televisão da ala psiquiátrica em que estão internadas, que estas raparigas desenvolvem e criam laços de amizade. Entre conversas de loucos, jogos de cartas, muitos cigarros fumados e noites a jogar bowling às escondidas dos enfermeiros, a personalidade destas raparigas vai-se revelando e as suas histórias deixam de ser um mistério. Unidas por um laço muito forte, a loucura que habita em todas elas, juntas vivem aventuras, protegendo-se umas às outras. Cria-se uma certa união que só é possível entre pessoas que tão bem se compreendem. Entre estas raparigas, a que mais vai testar os limites de Susanna é Lisa (Angelina Jolie).
Lisa é uma rapariga gravemente perturbada e que durante oito anos não conheceu outra casa para além daquele hospital psiquiátrico. De vez em quando decide fugir mas acaba sempre por voltar, sendo internada numa solitária. Vive neste ciclo vicioso, do foge e não foge, em que a necessidade de chamar a atenção de todos os que a rodeiam é evidente. Tem sempre que ser o centro das atenções e depressa a vida de Susanna começa a ter um novo astro sobre o qual girar: Lisa. A sua capacidade de manipulação rapidamente faz com que Susanna caia na sua teia, seguindo-a para todo lado, fazendo tudo o que ela quer.
Consumida pela paixão que sente por esta Lisa, Susanna depara-se com uma situação em que é posta à prova. Dividida entre a sua consciência e as atitudes de Lisa, tem que tomar uma decisão: ser consumida por uma loucura que não é sua, ou libertar-se do rótulo que todos lhe puseram. Susanna irá vaguear muito pelos corredores mais escuros da vida, vai fechar muitas portas mas, a seu tempo, vai conseguir abrir as janelas certas. Os seus grandes aliados serão a escrita e a enfermeira Valerie (Whoopi Goldberg) que ela tanto tenta afastar e desprezar.
Tal como disse, Susanna é uma rapariga como todas as outras. Os dramas e questões que põem a si própria são típicos de uma pessoa da sua idade. Qualquer jovem já teve os seus pensamentos mais depressivos e, no calor do momento, já ponderou pôr fim à sua vida. Parece ser esta a mensagem que este filme pretende passar. Todos temos em nós aquela semente de loucura que nos empurra para o nosso lado mais sombrio em certas alturas. Mas quando somos postos à prova e nos deparamos com a morte, sabemos que a vida e o mundo, com ou sem a sua loucura, são muito mais apelativos que a certeza de morrer.
Tal como disse, Susanna é uma rapariga como todas as outras. Os dramas e questões que põem a si própria são típicos de uma pessoa da sua idade. Qualquer jovem já teve os seus pensamentos mais depressivos e, no calor do momento, já ponderou pôr fim à sua vida. Parece ser esta a mensagem que este filme pretende passar. Todos temos em nós aquela semente de loucura que nos empurra para o nosso lado mais sombrio em certas alturas. Mas quando somos postos à prova e nos deparamos com a morte, sabemos que a vida e o mundo, com ou sem a sua loucura, são muito mais apelativos que a certeza de morrer.
Este é um filme que ilustra a forma como as relações que temos
influenciam a imagem que construimos de nós mesmos e as loucuras que nos
levam a cometer. Retrata, também, a forma como muitas vezes nos
apegamos à dor como forma de justificar as nossas falhas tanto a nível
pessoal, como a nível interpessoal. E, acima de tudo, mostra como é fácil nos entregarmos à loucura e desistirmos de lutar pela nossa felicidade e pelos nossos objectivos. Um filme para qualquer jovem, ou adulto, que se sintam perdido e que precise de um exemplo real de como podemos sair do nosso poço escuro com a ajuda dos outros.
Baseado num livro de Susanna Kaysen que relata o que viveu num hospital psiquiátrico na década de 60, Girl, Interrupeted é um filme que valeu a Angelina Jolie o Óscar de Melhor Actriz Secundária, numa performance espetacular por parte da actriz. Também de salientar o desempenho de Winona Ryder que, apesar de não ter sido indicada para nenhum Óscar com este filme, também não desilude e nos brinda com mais uma das suas excelentes actuações.Em termos de banda sonora, The End of The World de Skeeter Davisa, é a música que para mim se destacou, tanto pelo momento que representa, como pela reacção que provoca. Parece-me que esta é a música que melhor descreve o espírito melancólico e triste que caracteriza este filme e que tão bem o acompanha no seu auge dramático.
Have you ever confused a dream with life? Or stolen something when you
have the cash? Have you ever been blue? Or thought your train moving
while sitting still? Maybe I was just crazy. Maybe it was the 60s. Or
maybe I was just a girl... interrupted.
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