19/10/2015

Memento

Memento (2000)
Director: Christopher Nolan
IMDb: 8,5
Mystery, Thriller


Um Memento é uma recordação, algo que nos lembre de eventos passados.

Este é mais um daqueles filmes cuja explicação pode ser um pouco confusa. Isto deve-se ao facto da brilhante mente de Nolan ter esquematizado esta película de uma forma muito peculiar. Duas sequências de cenas, uma a cores e outra a preto e branco, ocorrem ao longo do filme mas funcionam quase como o reverso uma da outra, ou seja, a sequência a preto e branco é-nos apresentada cronologicamente, enquanto a sequência a cores ocorre invertidamente. 

Guy Pearce, que na altura estava longe de ser um actor conhecido, foi o escolhido para interpretar Leonard Shelby, um homem que sofre de um tipo de amnésia raro em que a sua capacidade para criar novas memórias é nula. Normalmente isto acontece depois da pessoa sofrer um evento trágico, permitindo-lhe lembrar-se do que está para trás desse exacto ponto mas retirando-lhe a possibilidade de armazenar novas lembranças. No filme, o evento fatídico foi a morte da mulher de Leonard (Jorja Fox).

Leonard encontra-se numa procura por um dos homens que violou e assassinou a sua esposa, um tal de John ou James G., e tendo em conta a sua condição mental, este cria um sistema de recordações usando notas e polaroids, chegando ao extremo de ter de tatuar grande parte do seu corpo para que as suas "memórias" possam andar consigo para onde quer que vá.


Na minha opinião, o brilhantismo deste filme encontra-se na maneira de como as duas sequências da história se encontram para formar um final coeso mas acima de tudo inteligente. Memento conta ainda com a participação de Carrie-Anne Moss como Natalie, uma mulher que ajuda Leonard na sua investigação, e Joe Pantoliano como Teddy, um homem que nos parece ser um grande amigo de Shelby, apesar da foto que o protagonista possui dele, onde está escrito "Don't believe his lies".


Recomendo este filme a todos os aficionados das obras do Christopher Nolan. Como sabem, Nolan é o tipo de realizador que gosta de deixar os fins dos seus filmes abertos à interpretação da audiência, como é o caso de Inception, Interstellar e The Prestige. Este filme, que para mim é dos mais interessantes que já tive oportunidade de ver, apela à inteligência dos seus visualizadores para que consigam montar a sua própria versão da história retirando da mesma as suas próprias conclusões.

A OST deste filme foi composta por David Julyan. Bjork, Moby e Thievery Corporation foram alguns dos artistas escolhidos para participar da história musical desta filme mas os meus destaques vão para os Radiohead, com a música Treefingers, e para o tema que finaliza Memento, Something in the Air do britânico David Bowie. A opção inicial de Nolan para os créditos finais era Paranoid Android, também dos Radiohead, mas este não conseguiu obter os seus direitos.



"Memory can change the shape of a room; it can change the color of a car. And memories can be distorted. They're just an interpretation, they're not a record, and they're irrelevant if you have the facts."

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