15/02/2017

Hidden Figures

Hidden Figures (2016)
Director: Theodore Melfi
IMDb: 7,9
Biography, Drama, History


Hidden Figures (Elementos Secretos), com um trio de protagonistas improvável (Taraji P. Henson de Empire, a nomeada ao Óscar de Melhor Actriz Secundária Octavia Spencer e a cantora Janelle Monáe), mostra-nos as dificuldades passadas por uma equipa de mulheres afro-americanas, que trabalham na NASA, devido ao seu tom de pele. Mais do que aquele simples filme sobre discriminação racial que surge todos os anos por esta altura, Hidden Figures conta-nos uma história verídica sobre grandes mentes que foram marginalizadas devido à época racista que se vivia nos EUA aquando do início do programa espacial americano. 

Katherine, Dorothy e Mary são três amigas conscientes da inteligência que possuem e que não se deixam abalar por todo o racismo que as rodeia. Katherine sempre teve jeito com a matemática, Dorothy é uma programadora exímia e Mary sonha conseguir tirar um curso de engenharia. Ora o que é que o filme nos transmite? Se já é difícil ser mulher no meio do mundo dos homens tiranos, então ser uma mulher negra prova-se como sendo um obstáculo enorme a ultrapassar. Mas como o tom de pele não influencia a mente humana, o cérebro acaba por prevalecer em relação à cor.

Esta película é a prova viva de que nunca devemos desistir daquilo que mais nos fascina e de que compensa lutar para subir na vida apesar de nos estarem sempre a colocar entraves e a tentar fazer com que não acreditemos em nós próprios.


Katherine como é boa com os números é chamada para integrar a equipa de Al Harrison (Kevin Costner) e de Paul Stafford (Jim Parsons ; Sim! O Sheldon de Big Bang Theory), denominada Space Task Group. Torna-se assim na primeira mulher de cor a integrar a equipa e várias são as vezes que vemos no filme o desespero da mesma por não ter casa de banho para pessoas negras no edifício e por separarem a sua mesa do café dos demais colegas de trabalho. A revolta começa a crescer dentro nós, sobretudo quando a protagonista se revolta por causa de todos os actos discriminatórios e xenófobos à sua volta. Taraji subiu na minha consideração como actriz depois deste momento tão emocional.

Dorothy é uma doce programadora que gosta de 'pôr a garra de fora' para defender que merece um cargo de supervisora, tendo em conta que é ela que lidera a equipa afro-americana. Graças ao seu conhecimento na área da programação e depois do estudo da linguagem FORTRAN, esta consegue pôr uma máquina IBM 7090 a trabalhar e fica então encarregue da supervisão do Departamento de Programação. Também Dorothy teve de lutar contra a barreira racial, sobretudo contra o desrespeito por parte de Vivian (Kristen Dunst), uma das principais supervisoras. Sublinho também a justiça da nomeação de Octavia Spencer para o Óscar de Melhor Actriz Secundária.

Por último, Mary, que na minha opinião é a mais empertigada das três, precisa de uma autorização de um juíz para frequentar aulas numa escola só para pessoas brancas visando mais tarde cursar engenharia. É satisfatório vê-la a ganhar essa luta com o argumento de que alguém teria de ser o primeiro a fazer a diferença e deixar uma mulher afro-americana assistir às aulas. Janelle Monáe foi para mim a maior surpresa, tendo em conta que nunca a tinha visto no mundo da representação.

Vejam este filme e preparam-se para se sentir inspirados e capazes de fazer tudo. Lembrem-se que tudo na vida requer trabalho e que se esse trabalho for feito com dedicação, o reconhecimento acaba por chegar e por conseguinte o sucesso com ele. A interação também com o mundo da NASA e da primeira viagem americana tripulada para fora da atmosfera terrestre mantem o espectador cativado e interessado nas matérias debatidas. No entanto, admito que estava à espera de um final mais intenso do que aquilo que foi mas percebo o porquê de ter sido feito assim e que em histórias verídicas a melhor forma de as fazer funcionar no mundo cinematográfico é com poucas ou nenhumas alterações.


"Here at NASA we all pee the same color."

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